26 de julho de 2006

Alright, Lizz!

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Lizz Wright apresentou-se no passado Domingo no pequeno auditório do Centro Cultural de Belém, recebida entusiasticamente por uma casa cheia.

Um entusiasmo que não é propriamente típico deste tipo de concertos, mas que se entende bem pelas qualidades artísticas de Lizz e pela sua presença, não tanto a presença em palco, mas a sua presença enquanta pessoa, enquanto alma, quase diríamos uma presença de mensageira, ou não tivesse ela crescido e aprendido a cantar no ambiente de igreja, braços levantados para o céu e voz dirigida aos fiéis.

Ao vivo, Wright confirmou o poder e a beleza da sua voz e a capacidade de conferir emoção e sentimento aos temas interpretados. Não sendo obviamente uma cantora de jazz, as suas influências encontram-se no gospel e na soul e em cantoras como Sister Rosetta Tharpe. É uma voz que cria um ambiente de magia, melancolia e que convida à reflexão e à contemplação. Ou, como ela própria afirma, "I love songs that create moments".

De resto a audiência demonstrou conhecer bem os seus dois registos, aplaudindo os temas mais emblemáticos e acompanhando o ritmo de algumas canções, quase que espontaneamente. Aliás, por momentos, a música parecia ter-se transferido do palco para a plateia, o que Wrihgt viria a apelidar de "fazer a música com o público". E foi bem verdade.

Quanto aos instrumentistas que acompanharam Lizz, destaque muito especial para o percussionista, um verdadeiro animal do ritmo. As guitarras não foram além da competência, mesmo em slide guitar. Estiveram bem, sem ser virtuosas, até porque o género de música de Wright não apela a isso, mas sim à simplicidade e à simples comunicatividade.

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A terminar o concerto um duo de guitarra voz para "Amazing Grace". Não foi uma versão ao nível da que Dee Dee Bridgewater apresentou no CCB há meses, mas ainda assim foi muito emotiva e interessante de seguir.

Muito há a esperar desta cantora que emergiu em 2003, com uma série de concertos de homenagem a Billie Holiday e o seu primeiro CD, e que mostrou ao vivo ser melhor do que em disco, o que é sempre bom sinal nestes tempos em que a pós-produção pode fazer mmaravilhas a vozes pouco talentosas...

Discografia

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6 Comments:

At quarta jul. 26, 02:58:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Voçê realmente tem umas saídas que me desiludem bastante. De repente fala com tanto entusiasmo de jazz vocal que até parece que esta área está em estado de graça...Acho que devia investir mais em crónicas sobre «jazz puro e duro» em vez deste mole e deslavado «smooth jazz» que não interessa aos verdadeiros amadores de jazz. Esta é mais uma menina de quem ninguém se vai lembrar...

 
At quarta jul. 26, 06:50:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

jazz lunatic - não sou afiliado do blog, sou apenas um leitor assíduo.
Primeiro, "Você" não leva Ç.
Segundo, quando se tem um blog, há alguma liberdade para falar do que se gosta.
Terceiro, é triste que apareçam consistentemente comentários desagradáveis e cabeçadas quando se fala de jazz - isto sim, desilude bastante. Há espaço para tudo. "Smooth Jazz", "free jazz", até - é tudo música, e como tal respeito que o jnpdi escreva sobre o que lhe apetecer. E quanto a ser uma menina de quem ninguém se vai lembrar - acho que encher o CCB aos 22 anos é um começo auspicioso.

Relax duuuude!

 
At quarta jul. 26, 09:28:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

Encher o CCB é muito fácil. Aliás, o espaço enche porque é o CCB. Os bilhetes são quase sempre «cativos» de certas pessoas. Além disso, o menina Wright tem uma máquina de promoção e marketing que muitas empresas gostariam de ter em Portugal. Quanto a gostos, não discuto. Interessa avaliar a qualidade jazzística da «menina», que salvo melhor opinião, é muito baixa. O jazz vocal é uma grande armadilha para quem quer singrar neste meio. É a minha opinião...

 
At quinta jul. 27, 01:59:00 da manhã 2006, Anonymous Anónimo said...

não é de admirar como portugal tem a cultura que tem. qual é o interesse em discutir a qualidade jazzística desta cantora? se é bebop, cool, pop ou rnb? jazz é ouvido! não querendo dar aulas a ninguém o jazz nasce e cresce graças a fusões, misturas. portanto não custa seguir a história e apoiar todo o tipo de projecto musical onde há trabalho, dedicação e claro, alguma qualidade musical. não culpo por nao se gostar; agora vamos lá falar do que interessa! enquanto nós por cá falamos do que é "bom" e "mau" (...), somos excelentes críticos... ainda temos que aprender muito em saber dar valor a projectos e ideias (e isto não só na música). mesmo sem conhecer o percurso de wright apoio-a porque isto de se espalhar música, a música de cada um, tem muito valor.

 
At quinta jul. 27, 09:48:00 da manhã 2006, Anonymous Anónimo said...

Muito bons dias, João
Mais uma vez, os meus parabéns pelo seu JNPDI. Espero que continue com as constantes notícias sobre Jazz e as suas críticas. Não entendo muito bem a rudeza e falta de educação que transparecem em alguns comentários, de quando em quando...mas como sou só um amante do Jazz, limito-me a ler, umas vezes mais surpreso que outras. Como trabalhador fabril, sem qualquer educação musical, (facto que lamentarei toda a vida) só quero perguntar qual a definição para "jazz puro e duro" e "verdadeiro amante de jazz". E por que será o "jazz vocal uma grande armadilha para quem quer singrar neste meio"?

 
At terça abr. 24, 01:09:00 da manhã 2007, Anonymous Anónimo said...

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