Um grande disco!
Andamos a ouvi-lo há muitas semanas, mas só agora tivemos finalmente a oportunidade de escrever sobre ele.
Referimo-nos a "Smokin' At The Half Note", registo do virtuoso guitarrista Wes Montgomery com o trio do pianista Wynton Kelly, editado este ano pela Verve/Universal Music.
Uma obra imprescindível para quem gosta de um bom concerto de guitarra e de uma secção rítmica do melhor. Aliás, não é por acaso que Pat Metheny, expoente da guitarra moderna, se refere a este registo nos seguitnes termos: "the absolute greatest jazz guitar album ever made". Pessoalmente, continuamos a achar o "Full House", de Wes Montgomery, superior ainda assim, ou pelo menos ao mesmo nível.
Mas há mais coisas que unem estes dois discos do que as que os separam, a começar pelo facto de ambos terem a mesma secção rítmica, por sinal uma das melhores de sempre que o jazz conheceu: Wynton Kelly, Paul Chambers e Jimmy Cobb (que actua amanhã no Estoril Jazz). Não é por acaso que esta mesma secção rítmica acompanhou o Miles Davis, por exemplo, nomeadamente em "Kind of Blue"...
Este disco capta um concerto ao vivo, realizado no clube Half Note, em Nova Iorque, a que acrescem algumas pistas gravadas em estúdio. O ano é 1965, precisamente três anos antes da morte prematura de Wes, e o pretexto para o concerto é uma reunião de Wes com os seus velhos amigos que o acompanham aqui em palco.
O disco gravita, como já referimos, em torno da actuação ao vivo no Half Note e de três temas gravados no mesmo ano em estúdio: Unit 7, Four on Six e What's New.
1. No Blues
2. If You Could See Me Now
3. Unit 7
4. Four on Six
5. What's New?
6. Willow Weep for Me
7. Portrait of Jennie
8. Surrey With the Fringe on Top
9. Oh, You Crazy Moon
10. Misty
11. Impressions
De todos estes temas, temos de destacar Unit 7, Willow Weep for Me, Misty (para nós o ponto alto deste disco!) e Impressions.
Muito embora este mesmo registo já estivesse disponível em CD, a nova edição acrescentou faixas extra, sendo de salientar a que aporta o tema "Impressions", realmente uma mais valia relativamente à anterior edição. Por outro lado, foram também adicionadas as intervenções do apresentador de serviço no Half Note, o que ajuda a sentir o ambiente do clube.
Um ponto negativo apenas para a mescla dos temas de estúdio com os ao vivo, isto é, era preferível ter separado bem uns dos outros.
Tirando isso, é comprar, é comprar... mas sempre com um olho neste e outro no "Full House".
2 Comments:
Pois é : o smokin´ at the half note tem um estatuto mítico, mas concordo consigo: Full House não fica nada á dever. Só o primeiro tema ( full house) e o terceiro ( blue n´boggie) são um verdadeiro tratado de Swing. E em nenhuim dos casos devemos esquecer a contribuição de Johnny Griffin.
De qualquer maneira edição do "Smokin´.." que eu tenho só comtempla os 5 primeiros temas.
Outro albúm que também não me parece nada inferior é o Willow Weep For Me. Também ele ao vivo. Também com o mesma o mesmo trio "milesiano", (que era na realidade o Wynton Kelly trio).
Aliás, não tendo ouvido as versões não posso confirmar, mas acho estranho que os temas extra que aqui anuncia ( do 6 ao 11) sejam os mesmos e quase na mesma ordem que no Álbum "willow weep for me". Séra que juntaram os dois numa edição única
Finalmente outro albúm que não consigo deixar de comparar a estes três é o "organico" Boss Guitar. Talvez por ter sido o meu primeiro contacto com WES.
Sim, juntaram os dois.
;)
Enviar um comentário
<< Home