7 de outubro de 2004

Está mal (3)

Em nossa opinião está muito mal a gestão dos catálogos da Telarc e da Concord em Portugal.

Dizemos isto por um conjunto de factores que passamos a explicar.

Não só a empresa representante desta editora em Portugal não envia aos órgãos de comunicação social (e aqui falo pela «All Jazz») as novidades de ambas as labels, como pratica preços proibitivos, originando um preço de venda ao público quase sempre ao nível dos 20,00 euros e acima disso. Por esta última razão, e ao que apurámos, pelo menos um dos maiores distribuidores de discos a nível nacional está, alegadamente, em rota de colisão com a Andante, evitando realizar encomendas, pelo que é dificílimo encontrar discos destas editoras na sua rede de lojas.

Toda esta actuação prejudica o acesso do público e dos críticos de jazz às obras de músicos de importância elevada e acaba assim por prejudicar a sua carreira e divulgação em Portugal.

Vejamos, por exemplo, a diferença de preço final (ordenado do mais caro para o mais barato) do mais recente disco de um dos artistas da Concord, o jovem revelação Peter Cincotti:

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Preço FNAC Portugal: 20,40 euros
Preço El Corte Ingles (Espanha) 19,08 euros
Preço FNAC Espanha: 18,49 euros
Preço FNAC França: 17,90 euros
Preço Amazon: 13,99 USD

Claro está que poderemos argumentar que a diferença está no IVA, mas estará mesmo?

Se está, por que razão as novidades de outras editoras raramente atingem estes preços? E, note-se, que quando atingem referem-se a nomes mais do que consagrados.

Bem fez o Peter Cincotti em mudar-se de armas e bagagens para a editora Univeresal, a mesma que catapultou Diana Krall para o estrelato.

Por outro lado, temos pena de toda esta situação que descrevemos porque a Telarc e a Concord são, e sempre foram, duas das nossas editoras preferidas.

:(

PS: Não há o perigo de nos suceder o mesmo que ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa, até porque uma das vantagens dos Blogs é a sua independência face aos poderes político e económico. Temos, por isso mesmo, esperança de que a blogosfera seja, neste século, um dos poderosos antídotos anti-manipulação da informação. E isso seria importante para que cenas como a protagonizada por Rumsfeld e administração Bush, Blair, Aznar e Barroso, no caso Iraque, não possam suceder com tanta facilidade e impunidade.


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