Trio de Melo canta em Oeiras
Acabado agora de chegar do concerto protagonizado pelo trio de Filipe Melo no Ciclo Internacional de Jazz, a decorrer em Oeiras, no Teatro Municipal Eunice Muñoz, aqui ficam algumas impressões.
Primeiro, o trio pratica um jazz baseado nos standards e fá-lo com um grande à vontade e conhecimento de causa. É nítida a empatia entre os músicos, que só é possível pelo circuito de festivais que existe neste momento em Portugal, o qual permite que os músicos ganhem experiência de palco.
Segundo, todos os músicos dominam os respectivos instrumentos, o que permite arriscar mais e entrar em temas mais complexos ritmicamente ou harmonicamente. É nítido o crescimento técnico de Bruno Santos, na guitarra, e é já inegável a qualidade de Filipe Melo no piano. Quanto a Bernardo Moreira, continua seguro como sempre no seu contrabaixo.
Terceiro (e muito importante), os músicos tocam com prazer e alegria e comunicam esse estado de espírito ao público. Esta sempre foi, aliás, uma característica dos jazzmen, só desvirtuada por músicos como Miles Davis ou Wynton Marsalis.
Com tudo isto, o concerto saldou-se num enorme sucesso, levando o trio a ser chamado ruidosamente à sala para dois encores.
Quanto a nós, falta a este trio, porventura, uma voz (masculina ou feminina), para poder voar mais alto e chegar a audiências mais amplas.
Não que o trio não valha por si só, antes pelo contrário! Mas o mercado funciona assim e muitos dos grandes pianistas internacionais de jazz não teriam obtido o reconhecimento que obtiveram se não tivessem tocado com cantoras como Sarah Vaughan ou Ella Fitzgerald.
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