Sentido proibido para a cultura em Portugal
Tem sido notícia corrente nos jornais nacionais a estória sobre um talentoso pianista português que, à falta de apoios e não dispondo de um piano para ensaiar, utiliza uma vulgar mesa para praticar, fingindo ser um piano.
Também o jazz conheceu uma estória semelhante quando numa sessão com Charlie Parker o baterista de serviço, à falta de uma bateria convencional, utilizou uma vulgar lista telefónica como ‘instrumento de percussão’. E assim se gravou um disco.
Estórias semelhantes... sim, mas a primeira passa-se no século XXI e a segunda na primeira metade do século XX...
Depois ainda se admiram que cada vez nasçam menos portugueses... Pudera! Quem é o masoquista que quer nascer no país do eterno improviso e adiado destino, onde a cultura é um luxo que se paga caro (ó iva ó ai!! repim pim pim, pirim pim pum) e a educação um verbo que conjuga no passado dum presente em que só o futebol parece ter $?
O que nos vale é que há talentos como o do jovem pianista Filipe Melo - cuja entrevista a Rita Ferro Rodrigues recomendo vivamente (SIC Notícias) - capazes de arriscar e lutar contra a mediocridade e contra todas as dificuldades de um país e de uma Administração Pública que olham o cidadão do alto púlpito do sadismo burocraticamente institucionalizado e cujos chicotes apenas poupam as clientelas e os interesses não públicos.
Talvez não os consigamos é segurar por cá por muito tempo... vide caso Maria João Pires e Belgais.
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