1 de dezembro de 2004

Demitido!

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estás demitido
obviamente demitido
tu nunca roubaste um beijo
e fazes pouco das emoções
és o espantalho dos amantes

estás demitido
obviamente demitido
evitas a competência
não reconheces o mérito
és um pilar da cepa torta

e assim vamos vivendo na província dos obséquios
cedendo e pactuando enquanto der
filósofos sem arte
afugentamos o desejo
temos preguiça de viver

estás demitido
obviamente demitido
subornas os próprios filhos
trocaste o tempo por máquinas
tu és um pai desnaturado

estás demitido
obviamente demitido
arrasas a obra alheia
às vezes usas pseudónimo
tu és um crítico de merda

e assim vamos vivendo na província dos obséquios
cedendo e pactuando enquanto der
filósofos sem arte
afugentamos o desejo
tanta preguiça de viver

estás demitido
obviamente demitido
encostas-te às convergências
nunca investiste num ideal

tu sempre foste um demitido
tu foste sempre um demitido
já nasceste
demitido.

Letra e música de Jorge Palma...

Tão oportuna...


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