27 de agosto de 2010

Jornal SOL participa no Roteiro do Jazz

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O jornal SOL vai acompanhar o Roteiro do Jazz para efeitos de reportagem a publicar posteriormente, sendo representado por uma jornalista e um fotógrafo.

Esta é mais uma importante prova de carinho que os media estão a mostrar por este projecto que tanto mediatismo tem obtido.

26 de agosto de 2010

ROTEIRO DO JAZZ em destaque na Time Out

A revista Time Out concede na edição desta semana um destaque muito especial ao Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20 aos 50, evento que promovemos no próximo dia 4 de Setembro.

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21 de agosto de 2010

Roteiro do Jazz em Lisboa em destaque na SIC Notícias

A quinta edição do Roteiro do Jazz na Lisboa dos Anos 20/50, promovida por este blogue no próximo dia 4 de Setembro, tem estado a recolher uma crescente atenção dos media.

Hoje foi a vez da SIC Notícias através do programa BLITZ TV, exibido ao Sábado e Domingo. JNPDI partilha aqui a peça exibida.



NOTA: O fundo musical é dos Robinson's Syncopators, uma das primeiras bandas norte-americanas de jazz (com músicos negros) a actuar em Lisboa, tendo tocado no Teatro da Trindade em Novembro de 1927.

As inscrições para o Roteiro do Jazz continuam a processar-se a bom ritmo e são efectuadas através do e-mail:

joaomoreirasantos@gmail.com

Colecção Savory: Um novo olhar para a época de ouro do Jazz

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Fonte: New York Times

Foi anunciado há dias que o National Jazz Museum in Harlem adquiriu a famosa colecção Savory, composta por cerca de 1000 gravações inéditas realizadas entre 1936 e 1940 a partir de emissões de rádio em Nova Iorque. É assim possível ter um novo e inesperado olhar sobre as carreiras musicais de gigantes como Louis Armstrong, Benny Goodman, Billie Holiday, Count Basie, Coleman Hawkins, Lester Young, Bunny Berigan e Harry James.



A colecção consiste em gravações realizadas por William Savory (um engenheiro de som e amador de Jazz) em discos de alumínio de 12 e 16 polegadas e de 33 rpm, o que lhe permitiu obter um maior tempo de gravação dos que os tradicionais 3 minutos possíveis pela tecnologia da época dos clássicos discos de 78 rpm. Aliás, Savory foi um dos técnicos envolvidos, nos anos 40, na invenção dos discos de 33 rpm pela editora Columbia.

Savory, que nunca permitiu o acesso à sua colecção, faleceu em 2004 e o seu precioso acervo jazzístico foi agora comprado ao seu filho pelo The National Jazz Museum in Harlem, liderado por Loren Schoenberg (que há 30 anos que vem sonhando com esta colecção) estando em processo de recuperação e digitalização pelo especialista Doug Pomeroy.

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Fonte: New York Times

Ao longo do tempo iremos certamente conhecendo melhor esta colecção. Para já, está a causar "sensação" a gravação de "Body and Soul" realizada na Primavera de 1940 por Coleman Hawkins. Ao que parece, o seu solo é ainda mais interessante do que o célebre da gravação oficial de 1939 e revela um saxofonista a aventurar-se pelo estilo modal, antecipando-se assim a Miles Davis em cerca de 20 anos...

Outras curiosidades da colecção incluem um dueto invulgar de Benny Goodman com Teddy Wilson, este último não ao piano, mas sim no cravo... uma versão rubato de "Strange Fruit", cantada por Billie Holiday um mês antes do lançamento do disco com esta célebra canção e o audio, que se julgava perdido, daquele que é considerado o primeiro festival de jazz ao ar livre, o Carnival of Swing (1938). Este achado em particular veio permitir devolver finalmente o audio às imagens filmadas deste evento.

Algumas amostras desta colecção estão já, entretanto, disponíveis no site do The Jazz Museum in Harlem.

20 de agosto de 2010

100 Umbrellas: Viagem improvisada ao universo sonoro de Erik Satie

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Dia 11 de Setembro próximo, pelas 22h00, a praça do município de Torres Vedras recebe uma viagem improvisada ao universo sonoro do compositor Erick Satie. Os tripulantes são José Menezes (saxofones, objectos sonoros, direcção musical), Gonçalo Marques (trompete, flugelhorn, electrónica), Mário Delgado (guitarra, caos pad, theremin), Carlos Barretto (contrabaixo, efeitos sonoros) e José Salgueiro (bateria, percussão, objectos sonoros).

De acordo com José Menezes: "Para alguns Erik Satie foi apenas um compositor excêntrico, que viveu a maior parte da sua vida num sótão bafiento e que deu títulos improváveis às suas peças. Para outros Satie foi um visionário que estabeleceu uma relação única com o seu tempo, manipulando o absurdo de uma forma raramente conseguida até então, um criador cuja obra musical veio a influenciar transversalmente toda a produção artística".

Acrescenta José Menezes que "Muitos dos elementos centrais na obra de Satie são-no, também eles, à linguagem do Jazz: a improvisação, o modalismo, a dissonância, o humor, a síncopa, a tensão entre o óbvio e o absurdo são alguns dos elementos através dos quais o projecto musical “100 UMBRELLAS “ faz a ponte entre a música de Satie e o Jazz contemporâneo".

15 de agosto de 2010

Lisbon Jazz Summer School: Raízes profundas para um futuro frutuoso

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A convite do CCB, JNPDI acompanhou durante um dia a Lisbon Jazz Summer School 2010, iniciativa que vai na sua terceira edição e que visa contribuir para a qualificação dos músicos de jazz (e não só) portugueses.

Curiosamente, esta visita coincidiu com a celebração do 20.º aniversário dos Cursos Projazz, evento que em 23 de Julho de 1990 inaugurou em Portugal o ensino do Jazz por músicos estrangeiros de topo, que durante uma semana fixam residência entre nós.

Foi precisamente esta tradição que a LJSS retomou em 2008, organizando-se em duas iniciativas distintas: o Jazz Summer Course (destinado a músicos de nível médio e avançado) e o Férias com Jazz (para músicos iniciados ou de nível básico). O primeiro curso é sempre dirigido por um músico estrangeiro convidado para o efeito e este ano a organização seleccionou o pianista Danilo Perez – músico que toca, por exemplo, com Wayne Shorter, expoente do jazz – que se fez acompanhar de quatro professores que são também os membros do seu quinteto. Já o segundo, é sempre coordenado por um músico nacional: o trompetista Gonçalo Marques.

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Este ano inscreveram-se ao todo cerca de 20 alunos no Jazz Summer Course e, o que é impressionante e demonstra a vitalidade do Jazz, nada menos do que 40 na iniciativa Férias com Jazz. Impressionou-nos, aliás, a afluência dos mais jovens, entre os 12 e os 15 anos. Eles são não só a prova de que o Jazz está vivo, mas também que é cada vez mais uma linguagem da juventude. Daqui a uns anos, quando a LJSS tiver produzido os frutos das suas raízes, o Jazz estará certamente enriquecido, diversificado e, o que é muito importante, menos sujeito ao preconceito dos músicos ditos clássicos ou eruditos pois muitos destes jovens estudantes são precisamente oriundos desse meio musical.

A fórmula de sucesso da LJSS

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Primeiro que tudo, a opção por Danilo Perez verificou-se totalmente acertada. O pianista e compositor é também um comunicador nato e, sobretudo, um talentoso pedagogo cujas lições funcionam tanto com os mais jovens como com os mais velhos.

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Não é tanto a formalidade que ensina nas suas masterclasses, mas o exemplo e a expressão e vivência do que partilha. Ali não há julgamento nem criticismo demolidor – como vimos noutros cursos similares dados por norte-americanos – pois o que importa é motivar o aluno e não “castigá-lo” por ter decidido aprender uma linguagem musical e não a dominar ainda suficientemente bem.

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Na aula final, aberta aos músicos e alunos que não se inscreveram na LJSS, Danilo incentiva, elogia, sugere, mimetiza, envolve-se, toca, explica, ensina, caricatura, fala, dialoga, dança, canta, caminha. Tudo serve para ensinar o idioma do Jazz na terra do Fado.

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Júlio Resende (pianista), voluntaria-se para improvisar com Daniel Vieira (saxofone), João Hasselberg (contrabaixo) e Joel Silva (bateria). Danilo ouve atentamente com os restantes membros da sua banda e depois intervém e usa todos os recursos para comunicar com Resende: o cocktail pedagógico que usa, empenhadamente, para passar a sua mensagem inclui dicas, mas também festas na sua cabeça e a intervenção no piano em simultâneo com o pianista nacional. No fim, está convencido e confidencia a Resende a sua excepcional qualidade de jazzista. O mesmo tinha já sucedido, por exemplo, nas aulas de combo com Ricardo Toscano, um jovem de 16 anos que está a causar muita expectativa no meio do jazz nacional.




Outra componente da fórmula de sucesso da LJSS são as aulas de improvisação livre (uma aposta inovadora que a LJSS garante ser um exclusivo do seu programa) de Gádor Soriano, cantora e docente espanhola que já vai no seu terceiro ano a participar nesta iniciativa em que também se responsabiliza pelas aulas de canto. O objectivo, aparentemente bem conseguido, é fazer com que os mais novos (dos 12 aos 15 anos) se evadam por momentos da rigidez da aprendizagem musical e possam explorar o seu instrumento livremente. Gádor conduz através de sinais e gestos previamente comunicados aos alunos. Na LJSS respira-se liberdade e criatividade sem se perder o norte: ensinar jazz.

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Mas os mais novos não se ficam por aqui: têm também de participar numa orquestra dirigida por Claus Nymark e que sobre ao palco
no último dia da LJSS.

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Também importantes, são as aulas de combos (em que os alunos tocam em conjunto) e as aulas individuais de instrumento. Ambas preparam para os concertos finais no Pequeno Auditório do CCB, com os quais a LJSS encerra todos os anos a sua actividade.

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E, claro, as Masterclasses. A que tivemos oportunidade de acompanhar revelou-se muito interessante pois o saxofonista indiano Rudresh Mahanthappa partilhou com a audiência as músicas que mudaram a sua vida, alargando os seus horizontes ao trazer à LJSS a cultura musical indiana.

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Last but not least, há ainda mais três componentes de sucesso que marcam a LJSS. A primeira é a organização e divulgação que João Godinho e Alexandra Ávila lhe imprimiram desde o início, eles que são de facto os seus ideólogos.

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A segunda são as jam-sessions que têm lugar todas as noites e que misturam os alunos de ambos os cursos e os próprios professores, que não se fazem rogados em tocar sequer com músicos iniciados ou de nível intermédio.

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A terceira é a informalidade que reina na LJSS, essencial para garantir o diálogo entre quem aprende e quem ensina.

Porquê o CCB?

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Talvez se pergunte por que razão é o CCB, e não a Escola Superior de Música, a apostar na formação… A verdade é que faz todo o sentido este envolvimento pois é interessante e importante (muito) ver uma sala de espectáculos a trabalhar a montante, isto é, a contribuir para a formação daqueles que virão um dia a ser os seus fornecedores (os músicos) e também os seus clientes (os muitos jovens que além de músicos serão também público). Este é um dos grandes méritos da LJSS e talvez, porém, o que passa mais invisível ao imediatismo que oferece o propósito mais explícito da formação em si.

Quem durante anos criticou o Estado e as suas instituições por só fomentar a oferta e não a procura tem aqui na LJSS um exemplo de uma excepção que urge democratizar pelo país e que importa alargar ainda mais também ao público em geral.

Caminhos para o futuro...

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No futuro é crucial envolver também melómanos e apreciadores de Jazz em particular - assim como os muitos que desconhecem o Jazz e a sua magia e que assim poderiam entrar nele - para os quais a LJSS pode, e deve, igualmente criar programas. É sabido que o maior inimigo de algo é o preconceito e a ignorância, dois obstáculos que poderão desta forma ser combatidos. Far-se-ia, assim, a triangulação “perfeita” ao formarem-se músicos, estudantes de música e público.

Esses programas podem incluir aulas de história do jazz no mundo e em Portugal pois um músico não pode apenas saber o idioma, tem também de conhecer a sua idiossincrasia e contexto cultural, político e social. E no caso concreto do jazz, é importante que ele não seja ensinado sem que quem o aprende perceba o que ele representou para um povo que em pleno século XX ainda vivia segregado, discriminado e relegado aos trabalhos manuais. Retirar-lhe esta informação e dimensão é fazer do Jazz apenas um género musical, o que o empobrece sobremaneira.

Finalmente, tais programas podem também incluir vertentes que só recentemente foram introduzidas em Portugal quando em Junho do corrente ano a Associação Grémio das Músicas e a Universidade do Algarve promoveram uma master class sobre comunicação e marketing para bandas. São estas competências que o carácter inovador da LJSS precisa agora acrescentar ao seu programa, no que pode ser pioneira a nível internacional…

No demais, no ensino da música, a LJSS atingiu uma excelência que os músicos, melhor do que ninguém, atestam. Ricardo Toscano, por exemplo, afirmou-nos em entrevista o seguinte:

"Foi uma oportunidade única e fantástica poder conviver e trabalhar com pessoas e músicos daquele nível e deram-nos tanta informação e tantas maneiras de a usar... Foi de longe o melhor workshop em que algumas vez participei. Foi uma grande experiência de vida".

ABBEY LINCOLN (1930-2010)

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A cantora e compositora de jazz norte-americana Abbey Lincoln, conhecida também pelo seu ativismo político e compromisso com as minorias, morreu ontem em Nova Iorque, aos 80 anos.

Em Portugal, estreou-se nos idos de 1997, no Centro Cultural de Belém, num concerto que foi, de facto, memorável.


14 de agosto de 2010

VOZES3 NO FUNCHAL JAZZ

As VOZES3, projecto deste blogue, participaram em Julho passado no magnífico Funchal Jazz.

Aqui fica hoje a reportagem da RTP.


Hot Clube de Portugal hoje

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Foto: JMS/JNPDI

JNPDI passou hoje pela Praça da Alegria para fazer aqui um ponto de situação fotográfico do que é hoje o edifício que até Dezembro do ano passado albergava a sede e sala de concertos do Hot Clube de Portugal.

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Foto: JMS/JNPDI

Com o miolo já integralmente demolido, na sequência do incêndio que em Dezembro passado deixou o prédio inutilizável, restam apenas as quatro paredes de alvenaria.

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Aqui respirava-se Jazz!
Foto: JMS/JNPDI

Esperemos que este edifício tenha melhor sorte do que aquele onde nos anos 50/60 se encontrava instalado o CUJ - Clube Universitário de Jazz, que há vários anos (tantos que já se lhes perdeu até a conta) se encontra no estado que as fotos documentam...

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Foto: JMS/JNPDI

Resta dizer que com as "eternas" ruínas do CUJ, o encerramento há anos do Ritz Club e o recente encerramento do Hot Clube e do Maxime, a Praça da Alegria e zona envolvente não têm muitas razões para sorrir... e os Lisboetas e turistas ainda menos.

10 de agosto de 2010

Sofia Ribeiro vence competição em França

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O duo da cantora de jazz portuguesa Sofia Ribeiro com o contrabaixista Luxemburguês Marc Demuth ficou classificado em primeiro lugar na 22ª edição da competição internacional “Crest Jazz Vocal 2010". Entre cerca de 50 candidatos, o duo foi um dos 8 grupos seleccionados através de um CD para as semi-finais, que se disputaram em Crest, França, entre 3 e 7 de Agosto. Para além do prémio monetário, Sofia e Marc deram um concerto para cerca de 3000 pessoas no Espaço Soubeyran no dia 8 de Agosto, e serão apoiados pela organização do festival durante o próximo ano na sua promoção e na organização de concertos em França.

O júri foi presidido por Denise Deronzier e pela cantora Mina Agossi, sendo os restantes elementos Pascal Anquetil (director do Centro de Informação de Jazz em Paris - IRMA e jornalista), Jacques Bonnardel, presidente da "Jazz(s) Rhône-Alpes", Jean Cazenave, programador do "Jazz au Train-Théâtre de Portes-Lès-Valence", Jean-Michel Leygonie, director artístico da editora LABORIE Jazz e do Festival Eclats D’Email Jazz Edition, e Pierre-Henri Ardonceau, jornalista.

Esta é mais uma confirmação de um talento que tem acumulado sucessos em diversos países da Europa e Estados Unidos. Sofia Ribeiro editou já dois CDs com o contrabaixista do Luxemburgo Marc Demuth e lançou recentemente um novo álbum, intitulado "Porto", com Gui Duvignau. Depois de ter estudado em diversos países pelo mundo fora, finalizou recentemente o segundo ano do seu mestrado em canto jazz no prestigiado Conservatório Nacional de Paris. Professora na Escola Superior de Música do Porto, ganhou já vários prémios, tais como o segundo prémio da Competição Internacional de Jovens Cantores de Jazz em Bruxelas (2005) e o primeiro prémio da competição internacional "Voicingers", na Polónia, em 2008.

8 de agosto de 2010

Jam Session Internacional AGM

À semelhança do êxito do ano anterior, a AGM - Associação Grémio das Músicas - vai reunir grande parte dos seus alunos, passados e presentes, para uma grande Jam Session. Será um convívio entre músicos com uma componente maioritariamente jovem, provenientes de várias nacionalidades, cujo denominador comum é a sua ligação à actividade formativa desenvolvida pela AGM ao longo dos últimos anos.

Esta Jam Session, que será pública, realizar-se-à no dia 15 de Agosto, às 22h30, na Associação Recreativa e Cultural de Músicos, na Rua da Moagem, em Faro. A AGM providenciará todo o backline, só é necessário trazerem os instrumentos pessoais.
Os participantes, são provenientes de vários países, Portugal, Áustria, Alemanha, Holanda, França e EUA.

Todos os níveis de alunos podem participar nesta Jam Session!

+ Informações:
Zé Eduardo, Tel (+351) 96 394 78 46 e-mail: ideamusic@mail.telepac.pt

7 de agosto de 2010

Jazz em Agosto 2010

Já começou o Jazz em Agosto e JNPDI divulga-o aqui através de um excelente vídeo disponibilizado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

4 de agosto de 2010

Lagos Jazz 2010 de 10 a 14 de Agosto

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2 de agosto de 2010

A Arte da Big Band está nas ruas de Lisboa em Agosto e Setembro

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Entre 12 de Agosto e 12 de Setembro a EGEAC / CML realiza uma série de acções em diversas Praças e Jardins da cidade de Lisboa a que foi atribuído o nome "Lisboa na Rua - Com'Out Lisbon". Esta iniciativa, com acesso livre, contempla espectáculos de musica, teatro, dança, cinema e djs.

Uma das vertentes musicais deste programa é o ciclo "A Arte da Big Band", realizado em parceria com o Hot Clube de Portugal e que apresenta às 19h00 de todas as Quintas-feiras, entre 12 de Agosto e 9 de Setembro, cinco das mais representativas Orquestras de Jazz nacionais.


12 de Agosto de 2010 - Jardim do Parque das Conchas (Alameda das Linhas de Torres)
* REUNION BIG JAZZ BAND

Com 7 anos de existência a Reunion Big Jazz Band ocupa um lugar de destaque na divulgação nacional, do jazz para Orquestra. Ao longo destes anos a RBJB transformou-se numa rampa de lançamento para dezenas de jovens músicos que entretanto se afirmaram como nomes importantes do panorama jazzístico nacional. Foram mais de 70 músicos que desde 2003 passaram pelas estantes desta Big Band. O ecletismo dos gostos e das experiências musicais dos seus responsáveis e músicos integrantes, constitui um dos seus maiores patrimónios. Desta particularidade resulta a selecção de temas que inclui no seu repertório, que vão dos clássicos de Count Basie e Oliver Nelson ao contemporâneo Pat Metheny, passando por Mingus e Miles Davis.

Direcção - Claus Nymark
Alexandre Andrade, Tomás Pimentel, Gonçalo Marques, Ricardo Pinto, Emilia Santos -trompetes Narciso Cardoso, Luís Cunha, Nuno Carreira, Diogo Costa – trombones João Capinha, Rita Nunes, Manuel Lourenço, Fernando Soares, Raimundo Semedo - saxofones
Daniel Hewson - piano
Francisco Costa Reis - guitarra
Gonçalo Leonardo - contrabaixo
Alexandre Alves - bateria

19 de Agosto de 2010 - Largo Duque do Cadaval (junto à estação do Rossio)
* ORQUESTRA DE JAZZ DE LAGOS

A Orquestra de Jazz de Lagos / Associação Músicas No Sul, nasceu em 2004 de uma ideia do trompetista Hugo Alves, contando desde o início com o Alto Patrocínio da Câmara Municipal de Lagos. Hoje, a OJL executa mais de 150 temas em permanência, organizados em cinco repertórios que visam a maior parte dos clássicos de Big Band ( Ellington, Basie, Miller, Nestico...). Com uma média de 50 concertos por ano a OJL, já actuou em diversos contextos tendo contado com inúmeros solistas convidados, como Bobby Medina, Ricky Taylor, José Menezes, Luís Cunha, Lars Arens, entre outros. A OJL detém Declaração de Elevado Interesse Público, atribuída pelo Ministério da Cultura.

Direcção - Hugo Alves Hugo Alves, Claúdio Gomes, Gustavo Reis - trompetes
Roger Clarke, Helder Vicente, Luciano Santos, Ray Charsley - trombones
António Flosa, Paulo Rodrigues, Pedro Rijo, José Santos, Luís Miguel - saxofones
Lucia Capobianco - piano
Hugo Santos - contrabaixo
Filipe Sequeira - bateria
José Ribeiro - voz


26 de Agosto de 2010 - Jardim São Pedro de Alcântara (Bairro Alto)
* ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS

Com vários discos gravados com convidados de renome, a OJM é a mais “internacional” das orquestra de jazz portuguesas. Este concerto constitui uma viagem pelos “tempos do jazz”. Aqui se faz uma panorâmica da história das “big bands”, sobretudo num período que agitou a história desta musica nos EUA (1930 a 1950). No entanto, este concerto ultrapassa em muito esse limite temporal e acompanha a evolução da grande Orquestra de Jazz até aos nossos dias. Comentado por Manuel Jorge Veloso, compreende obras de compositores e arranjadores como Duke Ellington, Count Basie, Benny Goodman, Gil Evans...

Direcção: Pedro Guedes
Rogério Ribeiro, Susana Silva, Gileno Santana, José Silva - trompetes
Paulo Perfeito, Daniel Dias, Álvaro Pinto, Gonçalo Dias - trombones
Mário Santos, João Pedro Brandão, José Luís Rego, José Pedro Coelho, Rui Teixeira - saxofones
Eurico Costa - guitarra
Telmo Marques - piano
Demian Cabaud - contrabaixo
Michael Laurent - bateria


2 de Setembro de 2010 - Largo de São Carlos (Chiado)
* BIG BAND DO HOT CLUBE DE PORTUGAL

A Big Band do Hot Clube de Portugal, foi a primeira grande formação com actividade regular em Portugal a dedicar-se exclusivamente à musica jazz. Surgiu em 1990 e no seu concerto de estreia, foi dirigida por Zé Eduardo. Já sob a direcção de Pedro Moreira, inaugurou a programação de jazz da Culturgest, tendo como solista o trompetista Freddie Hubbard. Tocou também com Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson, Chris Cheek,... e recriou as obras de Miles Davis / Gil Evans, Porgy and Bess e Sketches of Spain, sob a direcção de Robert Sadin, tendo como solistas Tim Hagans e Tom Harrell. Realizou uma digressão nacional produzida pela Culturgest e apresentou-se em Madrid, no Círculo de Belas Artes. Apresentou-se também na Assembleia da República e em 2008, ano em que o Hot Clube de Portugal comemorou 60 anos de existência, desenvolveu um projecto com Maria João e Mário Laginha. Neste concerto o repertório centra-se em duas vertentes: a clássica, com temas de Duke Ellington, Billy Strayhorn e Count Basie e a contemporânea, com temas de Nils Wogram e Florian Ross.

Direcção- Pedro Moreira
Jorge Reis, Daniel Vieira, César Cardoso, Desidério Lázaro, Guto Lucena - saxofones
Miguel Gonçalves, Tomás Pimentel, João Moreira, Gonçalo Marques - trompetes
Lars Arens, Claus Nymark, Luís Cunha, e Rui Bandeira - trombones
Bruno Santos - guitarra
Rodrigo Gonçalves - piano
Bernardo Moreira - contrabaixo
André Sousa Machado – bateria


9 de Setembro de 2010 - Jardim do Torel (ao Campo dos Mártires da Pátria)
* BIG BAND DA NAZARÉ

A Big Band do Município da Nazaré formou-se em 1999 por proposta do seu Director à Câmara Municipal e teve como objectivo principal dar oportunidade aos jovens talentos da região, de continuarem com a sua formação musical na área da musica jazz. Na sua já duradoura existência a Big Band apresentou-se em diversos festivais nacionais e estrangeiros, assim como nos mais importantes Clubes de Jazz do nosso País. O lançamento do primeiro CD decorreu no 2º Festival Internacional de Big Band’s, em 2003, na Nazaré. O segundo CD, “Filme”, (2006), e o terceiro, “10 Anos”, são a mostra da evolução musical desta formação. Este concerto apresentará repertório do último disco, com temas de Wayne Shorter, Charles Mingus, entre outros, para além de algumas das mais conhecidas “canções do jazz”.

Direcção - Adelino Mota
Vítor Guerreiro, Margarida Louro, Luís Guerreiro, André Venâncio - trompetes
Reinold Vrielink, Élio Fróis, Luís Pires, Fábio Matias - trombones
Joaquim Pequicho, João Capinha, André Murraças, Wilson Ferreira, Pedro Morais - saxofones
Gonçalo Justino - guitarra
Ricardo Caldeira - piano
Gonçalo Leonardo - contrabaixo
Bruno Monteiro - bateria
Júlia Valentim - voz

1 de agosto de 2010

Ricardo Toscano: “O meu sonho é ser um grande do Jazz”

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Ricardo Toscano na 8.ª Festa do Jazz do S. Luiz
Foto de JMS/JNPDI

Ricardo Toscano é um dos mais jovens talentos do Jazz em Portugal. Com apenas 16 anos, acaba de ser admitido como sobredotado na licenciatura em jazz da Escola Superior de Música de Lisboa e em Abril passado foi distinguido na Festa do Jazz do S. Luiz com a menção honrosa como saxofonista-alto. JNPDI foi conhecer o seu percurso musical e confessa-se impressionando sobretudo com a sua personalidade e a sua sensibilidade para o que é a música e ser-se músico… Vale a pena lê-lo nesta que é a sua primeira entrevista.

JNPDI: Este ano tem sido excepcional para ti: foste premiado na Festa do Jazz, participaste na LJSS e acabas de ser admitido na licenciatura em jazz da ESML… Onde pensas chegar se com apenas 16 anos já tens este palmarés todo?

Ricardo Toscano: Sim, este ano tem sido muito bom e bastante produtivo, cheio de boas oportunidades que não seriam possíveis sem o apoio do professor de saxofone que tive neste último ano, o Desidério Lázaro, que foi o primeiro a incentivar-me para fazer a candidatura à ESML. E, claro, o apoio dos meus pais: nestas situações acho que o mais importante é ter uma família que apoie um filho com o sonho de ser músico. E como eu gosto de pensar grande, tenho em mente objectivos como ir estudar para os E.U.A., para umas das melhores universidades, como a Berklee, a New School, ou o New England Conservatory. O [meu] maior sonho é conseguir ser um grande e estar rodeado das pessoas de que mais gosto.

JNPDI: Pensas profissionalizar-te um dia
como músico de Jazz?

RT: Sim, esse é o principal objectivo.

JNPDI: Que tipo de sonoridade e ambiente musical gostarias de apresentar ao público um dia? Tens algum ambiente musical que te inspire particularmente ou que gostasses de realizar como músico?

RT: Gostava de poder apresentar os meus originais e num futuro mais distante gostava de explorar a música portuguesa para ver no que poderia dar. Mas num futuro não tão distante gostava mesmo, e é também um sonho, de gravar e tocar com orquestra de cordas – fazer uma recriação do CD do grande Charlie Parker com cordas (Bird with strings).

JNPDI: Achas que a música do Parker ainda é atractiva para a tua geração, considerando que o estilo (o Bebop) que ele nos legou já tem sete décadas e tu és um jovem de 16 anos a viver numa sociedade bem diferente da do tempo dele?

RT: Pessoalmente, é a minha linguagem e música favorita, mas acredito que não seja a mais atractiva para a minha geração, mas já convivo com essa música desde de sempre e tornou-se bastante natural perceber a linguagem. Faz parte do início de uma grande tradição do jazz que na minha opinião deve ser sempre recordada, e para nós, como músicos, aumenta bastante o nosso vocabulário musical se aprendermos a tocar o jazz mais tradicional e é também o que procuro na minha formação como músico.

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Combo da Escola de Jazz do Hot Clube na 8.ª Festa do Jazz do S. Luiz
Foto de JMS/JNPDI

JNPDI: O que te motivou para o saxofone?

RT: O que me motivou mesmo a aprender saxofone foi sem dúvida o meu pai, que também é saxofonista. Por isso, vivi sempre num ambiente musical e com os instrumentos à minha volta e um leque de CD's, que ouvi desde muito cedo.

JNPDI: Como e onde aprendeste o instrumento?

RT: Desde os meus oito anos que toquei numa banda filarmónica e lá aprendi clarinete e aos 13 anos entrei para o Conservatório Nacional, em Lisboa, e estudei lá dois anos. Depois, aos 15 entrei para a Escola Professional Metropolitana, onde ainda vou estar mais este ano que vem para concluir o 12º ano. E estive este ano na escola de jazz Luís Villas-Boas (Hot Clube) com o professor Desidério Lázaro, a quem dou o meu sincero e enorme agradecimento.

JNPDI: O que te levou a decidir ir para a escola do Hot Clube?

RT: A minha ida para a escola do Hot foi por várias razões. Uma delas, claramente a sua reputação e elenco de professores. Outra razão foi porque estava a estudar na Escola Profissional Metropolitana (que ainda frequento) e que por acaso [ambas] coexistem no mesmo edifício. E outra razão é porque sabia que poderia vir a abrir muitas portas porque os professores do Hot são alguns dos melhores músicos do momento em Portugal.

JNPDI: O antigo presidente do Hot, Eng.º Bernardo Moreira, conta que um dia estava no seu gabinete e ouviu o “Charlie Parker a tocar numa sala ao lado” e foi ver quem era… e eras tu. Sabias disso? É um elogio tremendo!

RT: É certamente um grande elogio. Sei que ele foi à minha sala ver quem era, mas não sabia da parte do "Charlie Parker a tocar na escola", mas agora recordo-me que nesse momento estava a estudar um tema do Charlie Parker e ele entrou pela sala adentro... Confesso que me senti um pouco nervoso porque nunca tinha falado com o Engº Bernardo Moreira - uma pessoa com um grande historial no Jazz como ele e que conviveu com os grandes nomes do Jazz - e de repente ele entra pela sala adentro e eu até fiquei um pouco nervoso e envergonhado, ainda por cima nos meus primeiros dias na escola. Mas é um elogio que nunca hei-de esquecer.

JNPDI: Como chegaste ao Jazz e com que idade?

RT: Foi mais o jazz que chegou a mim: quando eu era bebé o meu pai adormecia-me com CD's de Jazz, como Miles Davis, John Coltrane, Bill Evans, Cannonball Adderley, etc...

JNPDI: Neste momento, quais são as tuas referências no Jazz nacional e mundial?

RT: Neste momento cá em Portugal há cada vez mais referências para mim, como por exemplo o Nuno Ferreira, o André Fernandes, o Mário Laginha, o João Moreira, Carlos Bica, e muitos outros... A nível internacional, o Chris Potter, o Herbie Hancock, Danilo Perez, Roy Hargrove, Dave Holand, entre muitos outros...

JNPDI: Como ouvinte de Jazz, ainda compras CD’s ou já ouves tudo em formato digital?

RT: Tenho muitas coisas em formatos digitais, mas gosto sempre de comprar CD’s. É outra sensação...

JNPDI: Tens uma boa colecção de gravações de Jazz?

RT: Sim, sem dúvida.

JNPDI: Qual o teu disco favorito?

RT: Tenho vários, mas este foi realmente o primeiro que ouvi e ainda hoje deliro a ouvi-lo, como se fosse das primeiras vezes. Chama-se Know what I mean?, do Cannonball Adderley. Também o Kind of Blue, de Miles Davis.

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Ricardo Toscano com Danilo Perez na LJSS'10
Foto de JMS/JNPDI

JNPDI: Como foi para ti participar este ano na LJSS?

RT: Foi uma oportunidade única e fantástica poder conviver e trabalhar com pessoas e músicos daquele nível e deram-nos tanta informação e tantas maneiras de a usar... Foi de longe o melhor workshop em que algumas vez participei. Foi uma grande experiência de vida. A lição que tirei do curso é que a nossa música vem da nossa pessoa.



JNPDI: O que é o Jazz para ti?

RT: O Jazz para mim... é simplesmente a nossa maneira de poder contar a nossa vida na nossa maneira de tocar. É uma forma de liberdade que ninguém nos tira enquanto estamos em cima de um palco a tocar e a mim, pessoalmente, faz-me sentir realmente bem, relaxado, e esquecer todas as coisas más da vida. É também a liberdade musical de exprimir as nossas ideias e definirmos a nossa identidade e personalidade como pessoas e como músicos.

JNPDI: Como te definirias pessoalmente e como músico?

RT: Essa é dificil, mas, tanto como pessoa e como músico, procuro sempre melhorar em todos os aspectos, sempre procurando algo novo e de pessoal para me poder dar novas ferramentas, para poder aprender mais e ser cada vez melhor em ambos aspectos (musicais e pessoais). É tudo uma jornada grande e sinceramente acho que vou no bom caminho.


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